A experiência a seguir aconteceu em uma escola de Minas Gerais. O aluno Pedro, de 12 anos, tetraplégico, nunca havia participado ativamente de uma aula de Educação Física até que a bocha apresentou-se como uma forma de mudar este cenário. Primeiramente, antes do jogo, a expressão do aluno foi estimulada partir de uma prancha de comunicação, com imagens e símbolos. Em seguida, estabeleceu-se uma parceria com um centro de referência em esportes adaptados da cidade, onde toda turma pode vivenciar o esporte e perceber que o Pedro também tinha capacidade de jogar. A partir de então, a bocha inclusiva foi implementada nas aulas de Educação Física. Os alunos confeccionaram os materiais (bolas e calhas de rolagem) e estabeleceram novas regras para se aproximarem do grau de dificuldade do Pedro, que utilizava o pescoço para realizar a empunhadura. Essa experiência fez com que a turma percebesse as potencialidades daquele colega que antes parecia tão distante, mas agora demonstrava grande satisfação e alegria por poder fazer do jogo.
Bocha inclusiva incentiva protagonismo de aluno com deficiência física. Disponível em: < http://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/bocha-inclusiva-incentiva-protagonismo-de-aluno-com-deficiencia-fisica/ > Acesso em 28 de fevereiro de 2017.
#PraCegoVer: Antonio Leme, atleta paralímpico de bocha, sorri, com duas medalhas no pescoço e o agasalho da seleção brasileira, de cor amarela e detalhes em verde. Ao fundo, a bandeira do Brasil em tecido brilhante.
Saberes, Olhares, RessignificAÇÕES
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Acessibilidade e inclusão: mecanismos e atitudes que não se dissociam
Engraçado como
algumas atitudes são tão óbvias ou absurdas para alguns e, ao mesmo tempo, tão
questionáveis ou normais para outros: ainda desacredito quando vejo lixo sendo
lançado pela janela do carro com tanta naturalidade; quando não vejo ou não recebo
qualquer sinal de gratidão frente a um favor desprendido; quando a presença da
faxineira é ignorada por outros trabalhadores; quando uma conversa é
interrompida sem qualquer parcimônia; quando um aluno é ridicularizado em sua
dificuldade pelo próprio professor; quando um espera a “bondade” do outro para
que seja garantido o assento preferencial nos transportes públicos. Da mesma
forma, inclusão sem acessibilidade não faz o menor sentido.
Cada um possui
características e especificidades que o diferencia do outro e, sendo assim,
suas necessidades também se diferem. Essas necessidades, porém, acabam, muitas
vezes, tornando-se uma barreira tão grande que parece ser intransponível, muito
mais pela falta de reflexão e, consequentemente, falta de atitude do que pela
impossibilidade de vencê-la.
Ora, no
ambiente escolar, se um aluno apresenta baixa estatura, por que não oferecer um
lugar na primeira fila, onde ele possa enxergar melhor a lousa? Se um aluno ou servidor
faz uso de cadeira de rodas, como ele vai circular num espaço com corredores e
portas estreitas, escadas e degraus por todos os lados, rampas ausentes ou mal
feitas, construídas apenas para “constar”? E se aparecer um surdo, seja aluno,
servidor ou participante de um evento qualquer... Como será a comunicação? Em
alguns câmpus do Instituto Federal é oferecido o curso de LIBRAS; possibilidade
de formação existe, mas o interesse e a consciência de que essa possa ser uma
demanda real nem sempre.
A inclusão
seria mais simples, não necessariamente fácil, se as pessoas se despissem um
pouco do seu egoísmo, se colocassem no lugar do outro e empenhassem seus
esforços em fazer com que ele se sinta bem e acolhido em todo e qualquer
ambiente em que ele quiser e tiver o direito de estar. Acessibilidade e
inclusão precisam andar juntas. Os mecanismos
de acesso precisam ser pensados e instituídos tal como a atitude inclusiva precisa
ser compreendida e manifestada nos diferentes contextos sociais. A formação crítica
e reflexiva e a experiência com o diferente e o desconhecido são fundamentais.
#PraCegoVer na Imagem: Várias mãos erguidas, desenhadas com tamanhos e formas diferentes e cores que variam entre amarelo, laranja, vermelho, marrom, verde e azul.
domingo, 13 de novembro de 2016
"Cuerdas"
"Cuerdas" é um curta espanhol que ganhou o Prêmio Goya 2014 na categoria de melhor curta-metragem de animação. Direção: Pedro Solís. Vale a pena assistir...
http://mais.uol.com.br/view/h5082bgwusrr/cordas-o-curtametragem-que-esta-emocionando-o-mundo-04024D183666D4C94326?types=A
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
"Estudantes com autismo sofrem menos preconceito na rede pública"
E aí, como estão?
Li essa notícia no site da UNICAMP e achei interessante compartilhar, ainda mais pensando que fazemos parte de uma instituição pública que atende jovens e adultos. Será que os alunos com TEA - Transtorno do Espectro Autista - e suas famílias se sentem ou se sentiriam respeitados, satisfeitos e bem acolhidos na nossa instituição?
Segue a notícia:
http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_673_pagina_04_web.pdf
Li essa notícia no site da UNICAMP e achei interessante compartilhar, ainda mais pensando que fazemos parte de uma instituição pública que atende jovens e adultos. Será que os alunos com TEA - Transtorno do Espectro Autista - e suas famílias se sentem ou se sentiriam respeitados, satisfeitos e bem acolhidos na nossa instituição?
Segue a notícia:
http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_673_pagina_04_web.pdf
domingo, 16 de outubro de 2016
I Simpósio de Inclusão da Pessoa com Deficiência de São José dos Campos
Oi, pessoal!
Vim compartilhar este evento que vai acontecer nos próximos dias em São José dos Campos: o I Simpósio de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Anotem aí!
Para que possamos nos apropriar do tema, é legal trazê-lo para a nossa vida... é preciso ir atrás. Quem for da região e puder comparecer, certamente vai agregar um pouquinho mais na construção desse nosso novo saber. E aí, bora?
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
A pessoa com deficiência na minha história de vida
Meu primeiro contato com uma pessoa
com deficiência foi durante o estágio no ensino fundamental. Uma das crianças,
cujo nome não me recordo, tinha Síndrome de Dandy Walker e a característica que
chamava mais atenção era a irritabilidade. Em outra turma, havia uma menina com paralisia
cerebral e um menino com deficiência intelectual.
Nesse mesmo período, conheci uma
criança autista na creche em que eu trabalhava. Ela tinha uns 5 anos e ficava em
uma turma que não tinha monitores, apenas a professora. Por isso, tivemos raros
momentos de interação.
Ainda nessa creche, lembro agora que a
mãe do meu xodozinho do berçário, Kahê, era surda (mas ela raramente aparecia
por lá).
Falando em surdez, iniciei um curso de
LIBRAS recentemente, no próprio campus, por meio de um curso de extensão. Sempre
que vejo pessoas na rua conversando em língua de sinais me esforço bastante
para não ser inconveniente tentando entender o que eles falam.
Também fiz um curso de Braille, que eu
gostei muito, inclusive do professor, Luís Gonzaga. Ele é cego, gosta de
música, escreve poesias e conquista a todos com tamanha simplicidade,
generosidade e carisma.
Ao longo da vida, tive oportunidade de
conversar, mesmo que rapidamente, com alguns outros deficientes visuais: um
homem a espera de um auxílio para atravessar a rua, um entrevistado de uma
pesquisa domiciliar (fazia parte do meu trabalho na época) e dois rapazes no
ponto de ônibus – fiquei com muito medo de ter dado a informação errada para um
deles; logo que ele foi embora, fiz uma confusão de linhas e bairros na minha
cabeça... torci muito para ele conversar com alguém no caminho e se certificar
que estava seguindo para o lugar certo.
Hoje, no campus, há um aluno
cadeirante e, recentemente, descobri que tenho um primo distante que tem
Síndrome de Down.
Ah! Acabo de lembrar da irmãzinha
surda de uma aluna que foi acompanhá-la no dia da matrícula. Ela pareceu
surpresa com o meu interesse e contente com a comunicação estabelecida
entre nós. Confesso que essa rápida conversa também deu um brilho especial no
meu dia.
Todas essas experiências foram significativas,
em maiores ou menores proporções. Sei que podem surgir situações em que
eu seja muito mais desafiada, fique insegura e me sinta incapaz de ajudar ou fazer o meu papel. Acredito que com interesse, respeito, sensibilidade e
dedicação seja possível fazer a diferença em um mundo sem iguais.
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