terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Prática pedagógica inclusiva: a Educação Física e suas possibilidades

A experiência a seguir aconteceu em uma escola de Minas Gerais. O aluno Pedro, de 12 anos, tetraplégico, nunca havia participado ativamente de uma aula de Educação Física até que a bocha apresentou-se como uma forma de mudar este cenário. Primeiramente, antes do jogo, a expressão do aluno foi estimulada partir de uma prancha de comunicação, com imagens e símbolos. Em seguida, estabeleceu-se uma parceria com um centro de referência em esportes adaptados da cidade, onde toda turma pode vivenciar o esporte e perceber que o Pedro também tinha capacidade de jogar. A partir de então, a bocha inclusiva foi implementada nas aulas de Educação Física. Os alunos confeccionaram os materiais (bolas e calhas de rolagem) e estabeleceram novas regras para se aproximarem do grau de dificuldade do Pedro, que utilizava o pescoço para realizar a empunhadura. Essa experiência fez com que a turma percebesse as potencialidades daquele colega que antes parecia tão distante, mas agora demonstrava grande satisfação e alegria por poder fazer do jogo.
Bocha inclusiva incentiva protagonismo de aluno com deficiência física. Disponível em: < http://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/bocha-inclusiva-incentiva-protagonismo-de-aluno-com-deficiencia-fisica/ > Acesso em 28 de fevereiro de 2017.

#PraCegoVer: Antonio Leme, atleta paralímpico de bocha, sorri, com duas medalhas no pescoço e o agasalho da seleção brasileira, de cor amarela e detalhes em verde. Ao fundo, a bandeira do Brasil em tecido brilhante.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Acessibilidade e inclusão: mecanismos e atitudes que não se dissociam

           Engraçado como algumas atitudes são tão óbvias ou absurdas para alguns e, ao mesmo tempo, tão questionáveis ou normais para outros: ainda desacredito quando vejo lixo sendo lançado pela janela do carro com tanta naturalidade; quando não vejo ou não recebo qualquer sinal de gratidão frente a um favor desprendido; quando a presença da faxineira é ignorada por outros trabalhadores; quando uma conversa é interrompida sem qualquer parcimônia; quando um aluno é ridicularizado em sua dificuldade pelo próprio professor; quando um espera a “bondade” do outro para que seja garantido o assento preferencial nos transportes públicos. Da mesma forma, inclusão sem acessibilidade não faz o menor sentido.
Cada um possui características e especificidades que o diferencia do outro e, sendo assim, suas necessidades também se diferem. Essas necessidades, porém, acabam, muitas vezes, tornando-se uma barreira tão grande que parece ser intransponível, muito mais pela falta de reflexão e, consequentemente, falta de atitude do que pela impossibilidade de vencê-la.
Ora, no ambiente escolar, se um aluno apresenta baixa estatura, por que não oferecer um lugar na primeira fila, onde ele possa enxergar melhor a lousa? Se um aluno ou servidor faz uso de cadeira de rodas, como ele vai circular num espaço com corredores e portas estreitas, escadas e degraus por todos os lados, rampas ausentes ou mal feitas, construídas apenas para “constar”? E se aparecer um surdo, seja aluno, servidor ou participante de um evento qualquer... Como será a comunicação? Em alguns câmpus do Instituto Federal é oferecido o curso de LIBRAS; possibilidade de formação existe, mas o interesse e a consciência de que essa possa ser uma demanda real nem sempre.
A inclusão seria mais simples, não necessariamente fácil, se as pessoas se despissem um pouco do seu egoísmo, se colocassem no lugar do outro e empenhassem seus esforços em fazer com que ele se sinta bem e acolhido em todo e qualquer ambiente em que ele quiser e tiver o direito de estar. Acessibilidade e inclusão precisam andar juntas.  Os mecanismos de acesso precisam ser pensados e instituídos tal como a atitude inclusiva precisa ser compreendida e manifestada nos diferentes contextos sociais. A formação crítica e reflexiva e a experiência com o diferente e o desconhecido são fundamentais.                          

#PraCegoVer na Imagem: Várias mãos erguidas, desenhadas com tamanhos e formas diferentes e cores que variam entre amarelo, laranja, vermelho, marrom, verde e azul.



domingo, 13 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

"Estudantes com autismo sofrem menos preconceito na rede pública"

E aí, como estão?
Li essa notícia no site da UNICAMP e achei interessante compartilhar, ainda mais pensando que fazemos parte de uma instituição pública que atende jovens e adultos. Será que os alunos com TEA - Transtorno do Espectro Autista - e suas famílias se sentem ou se sentiriam respeitados, satisfeitos e bem acolhidos na nossa instituição? 
Segue a notícia:
http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_673_pagina_04_web.pdf

domingo, 16 de outubro de 2016

I Simpósio de Inclusão da Pessoa com Deficiência de São José dos Campos

Oi, pessoal!
Vim compartilhar este evento que vai acontecer nos próximos dias em São José dos Campos: o I Simpósio de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Anotem aí!
Para que possamos nos apropriar do tema, é legal trazê-lo para a nossa vida... é preciso ir atrás. Quem for da região e puder comparecer, certamente vai agregar um pouquinho mais na construção desse nosso novo saber. E aí, bora?

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A pessoa com deficiência na minha história de vida

Meu primeiro contato com uma pessoa com deficiência foi durante o estágio no ensino fundamental. Uma das crianças, cujo nome não me recordo, tinha Síndrome de Dandy Walker e a característica que chamava mais atenção era a irritabilidade.  Em outra turma, havia uma menina com paralisia cerebral e um menino com deficiência intelectual.

Nesse mesmo período, conheci uma criança autista na creche em que eu trabalhava. Ela tinha uns 5 anos e ficava em uma turma que não tinha monitores, apenas a professora. Por isso, tivemos raros momentos de interação.

Ainda nessa creche, lembro agora que a mãe do meu xodozinho do berçário, Kahê, era surda (mas ela raramente aparecia por lá).

Falando em surdez, iniciei um curso de LIBRAS recentemente, no próprio campus, por meio de um curso de extensão. Sempre que vejo pessoas na rua conversando em língua de sinais me esforço bastante para não ser inconveniente tentando entender o que eles falam.

Também fiz um curso de Braille, que eu gostei muito, inclusive do professor, Luís Gonzaga. Ele é cego, gosta de música, escreve poesias e conquista a todos com tamanha simplicidade, generosidade e carisma.

Ao longo da vida, tive oportunidade de conversar, mesmo que rapidamente, com alguns outros deficientes visuais: um homem a espera de um auxílio para atravessar a rua, um entrevistado de uma pesquisa domiciliar (fazia parte do meu trabalho na época) e dois rapazes no ponto de ônibus – fiquei com muito medo de ter dado a informação errada para um deles; logo que ele foi embora, fiz uma confusão de linhas e bairros na minha cabeça... torci muito para ele conversar com alguém no caminho e se certificar que estava seguindo para o lugar certo.

Hoje, no campus, há um aluno cadeirante e, recentemente, descobri que tenho um primo distante que tem Síndrome de Down.

Ah! Acabo de lembrar da irmãzinha surda de uma aluna que foi acompanhá-la no dia da matrícula. Ela pareceu surpresa com o meu interesse e contente com a comunicação estabelecida entre nós. Confesso que essa rápida conversa também deu um brilho especial no meu dia.

Todas essas experiências foram significativas, em maiores ou menores proporções. Sei que podem surgir situações em que eu seja muito mais desafiada, fique insegura e me sinta incapaz de ajudar ou fazer o meu papel. Acredito que com interesse, respeito, sensibilidade e dedicação seja possível fazer a diferença em um mundo sem iguais.